O câncer do colo do útero é um tumor que se desenvolve a partir de alterações no órgão, que se localiza no fundo da vagina. Inicialmente, são lesões totalmente curáveis, na maioria das vezes, mas que, se não tratadas, após muitos anos, transformam-se em câncer. Essa é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não ter sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
Além da infecção por HPV, majoritariamente relacionado aos casos de câncer de colo do útero, fatores ligados a imunidade, genética e ao comportamento sexual podem influenciar o desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas. Portanto, o tabagismo, o início precoce da vida sexual, um elevado número de parceiros sexuais e de gestações, o uso de pílula anticoncepcional e a imunossupressão (causada por infecção pelo HIV ou uso de imunossupressores, que reduzem a eficiência do sistema imunológico) são considerados fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de colo do útero.
Incidência
O câncer do colo do útero é o quarto tipo mais comum entre as mulheres (exceto os casos de pele não melanoma), com aproximadamente 530 mil novos casos por ano em todo o mundo. É responsável por 265 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.
No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para o biênio 2016/2017 foram de 16.340 novos casos de câncer de colo do útero. O câncer de colo do útero é o mais incidente na Região Norte (23,97/100 mil). Nas Regiões Centro-Oeste (20,71/100 mil) e Nordeste (19,49/100 mil), é o segundo mais frequente. No Sudeste (11,30/100 mil), ocupa a terceira posição, e na Região Sul (15,17/100 mil) é o quarto mais frequente, sem considerar os tumores de pele não melanoma.
Um dado importante!
Os pré-cânceres de colo do útero são diagnosticados com mais frequência do que o câncer de colo do útero invasivo.
Nos últimos 40 anos, com o aumento do uso do exame de Papanicolau, a taxa de mortalidade por câncer de colo do útero caiu quase 50%. O rastreamento com o Papanicolau pode detectar alterações no colo do útero antes que o câncer se desenvolva, além de diagnosticar a doença precocemente, quando ainda é possível curá-la.
A maioria dos casos são diagnosticados em mulheres com faixa etária inferior a 50 anos. Raramente se desenvolve, porém, em mulheres com menos de 20 anos. Mulheres mais velhas costumam não perceber que o risco de desenvolver câncer de colo do útero ainda está presente, independentemente da idade. Mais de 15% dos casos de câncer são diagnosticados em mulheres acima dos 65 anos.
Prevenção do câncer de colo do útero
O papilomavírus humano (HPV) está relacionado a grande parte dos casos de câncer de colo de útero. O HPV é adquirido pela mulher ainda no início de sua vida sexual e, por fatores imunológicos da mulher e a própria agressividade do agente, a infecção persiste e ocasiona lesões pré-cancerosas no colo uterino.
Se a condição imunológica for baixa e o tipo de HPV agressivo, ou o tratamento não for realizado, as lesões podem progredir para o câncer.
Atualmente, a vacina contra o HPV é ofertada pelo sistema único de saúde (SUS) nos postos de saúde, além de estar disponível em clínicas particulares. Apesar de ainda não disponível, a Anvisa já aprovou uma nova vacina que protege contra nove tipos de vírus do HPV.
A vacina oferecida pelo SUS é a quadrivalente, protegendo contra os quatro tipos de vírus HPV mais comuns no Brasil. Após sua administração, o corpo produz os anticorpos necessários para combater o vírus e, assim, caso a pessoa seja infectada, não desenvolve a doença e fica protegida.
Referências
- Estatística para Câncer de Colo de Útero. Oncoguia [Internet]. Acessado em: 9 jan 2017.
- HPV e câncer – Perguntas mais frequentes. Inca [Internet]. Acessado em: 9 jan 2017.
- Programa Nacional de Controle do Câncer de Colo de Útero. Inca [Internet]. Acessado em: 9 jan 2017.