O câncer de mama é muito frequente entre as mulheres. Depois de toda a luta para vencer a doença, muitas pacientes enfrentam a mastectomia – retirada total ou parcial da mama –, que é feita para diminuir o risco de desenvolvimento do câncer novamente.
Passar por essa cirurgia mexe muito com a autoestima feminina e acaba deixando muitas mulheres para baixo. Com isso, a reconstrução mamária pode ser uma forma de devolver a elas sua autoestima, em qualquer idade.
Quais são os tipos de reconstrução mamária?
Um tipo de reconstrução mamária usa implantes mamários – próteses de silicone preenchidas com gel de silicone ou água salgada (solução salina) – para remodelar seus seios. No segundo tipo, a prótese vai sendo preenchida com várias injeções de solução salina até conseguir o tamanho desejado para o seio.
A reconstrução mamária com cirurgia de abas é um procedimento complexo, em que grande parte da reconstrução da mama usa o próprio tecido do corpo do paciente e pode ser feito no momento da mastectomia, embora, às vezes, possa ser feito como um procedimento separado mais tarde. Você, provavelmente, vai acabar precisando de outra operação para conseguir um seio de aparência natural ou para fazer a reconstrução do mamilo.
Reconstrução do mamilo e da aréola: depois da cirurgia inicial com um implante ou com o tecido da paciente, o mamilo e a aréola podem ser reconstruídos. Um monte de tecido é feito de uma pele próxima para criar um mamilo, que, então, recebe uma coloração tatuada.
Todas as mulheres que fizeram a retirada do seio têm direito à reconstrução?
Pela lei, todas as pacientes que passaram pela retirada do seio têm direito à reconstrução imediata na mesma cirurgia, mas, infelizmente, isso ainda não é uma realidade. O Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado a oferecer a reconstrução dos seios, mas, de acordo com o Banco de Dados do SUS (Datasus), em todo o país, apenas 5% das pacientes que retiram a mama em consequência do câncer conseguem voltar ao centro cirúrgico para a reconstrução do seio. A realidade é que muitas mulheres aguardam na fila pela cirurgia por tanto tempo que acabam perdendo a esperança.
Aceitação e informação
Após a retirada da mama, podem surgir dificuldades de várias naturezas, como a falta de sutiãs específicos no mercado, a insensibilidade nos seios e até dificuldades ou incapacidade de amamentação. São muitos impactos na vida da mulher, interferindo não só em seu corpo como, também, em sua sexualidade, na qualidade de vida e na autoestima.
Para você superar a doença não existe uma regra ou receita de sucesso, mas a aceitação é um bom começo, pois, junto com a informação, pode fazer toda a diferença. É preciso deixar para trás as cicatrizes, tanto físicas quanto emocionais, e encarar a realidade sabendo dos seus direitos, para, assim, fazer suas escolhas. Essas são particulares e cabe a você decidir o que será melhor.
Fique sabendo:
Se você deseja fazer a reconstrução e não for possível realizá-la em conjunto com a cirurgia de retirada da mama, procure o posto de saúde do seu bairro. Lá, você deve solicitar o procedimento. E se, ainda assim, for negado, ou em caso de demora excessiva, você deverá procurar a Defensoria Pública para garantir seu direito à reconstrução.
E não esqueça da importância da prevenção do câncer de mama. Há muito mais chance de cura e, também, de um resultado estético melhor quando o diagnóstico é feito com antecedência. Mantenha consultas regulares com seu ginecologista de confiança e faça todos exames necessários.
Referências
- Mulheres mastectomizadas enfrentam dificuldades para encontrar sutiãs adequados. Instituto Vencer o Câncer [Internet]. 06 mar 2015 [acessado em: 23 out 2017]
- Oncoplástica beneficia menos de 10% das pacientes do SUS. Instituto Vencer o Câncer [Internet]. 10 jul 2014 [acessado em: 23 out 2017]
- Próteses de silicone e o risco de linfoma. Instituto Vencer o Câncer [Internet]. 07 abr 2015 [acessado em: 23 out 2017]