Tratamento de Câncer de Colo de Útero
Embora a escolha do tratamento esteja associada ao estadiamento da doença no momento do diagnóstico, outros fatores podem influenciar as opções de tratamento, como idade e estado geral de saúde da paciente, e tipo de doença (células escamosas ou adenocarcinoma). Os tratamentos podem interferir na vida sexual da mulher e até na possibilidade de ter filhos no futuro.
Neste momento, é muito importante avaliar suas necessidades e discutir com os profissionais envolvidos os possíveis riscos e efeitos colaterais de cada alternativa terapêutica, antes de tomar uma decisão.
As principais opções de tratamento para câncer de colo do útero são cirurgia, quimioterapia, radioterapia, e terapia alvo.
Tipos de Tratamento
Existem variados tipos de tratamentos para câncer de colo de útero. Cada medida terapêutica será definida de acordo com as indicações médicas e estadiamento do câncer.
Existem variados tipos de tratamentos para câncer de colo de útero. Cada medida terapêutica será definida de acordo com as indicações médicas e estadiamento do câncer.
Cirurgia
Existem vários tipos de cirurgia, algumas envolvendo apenas a retirada da lesão tumoral e outras compreendendo a remoção do útero (histerectomia). A cirurgia pode ser feita, na maioria dos casos, por via minimamente invasiva (robótica ou laparoscopia).
- Conização: retirada de um fragmento do colo do útero em forma de cone para remover o tecido anormal. Pode ser utilizada para diagnosticar o tumor antes de tratamento complementar com cirurgia ou radioterapia. Pode também ser utilizada como tratamento em mulheres no estágio inicial da doença, que desejam preservar a fertilidade.
- Criocirurgia: destrói as células tumorais por congelamento. Para tratamento do carcinoma in situ, mas não utilizado para o câncer invasivo.
- Cirurgia a Laser: destrói o tumor usando um feixe de luz intensa. Para tratamento do carcinoma in situ, mas não utilizado para o câncer invasivo.
- Histerectomia: consiste na remoção do útero e colo do útero. Pode incluir ou não uma salpingo-ooforectomia bilateral, que se refere à retirada das trompas e ovários.
- Histerectomia radical: retirada do colo do útero, útero, parte da vagina, e linfonodos da área.
- Traquelectomia: A maioria das mulheres em estágio IA2/IB é tratada com histerectomia. A traquelectomia radical permite que algumas destas mulheres possam ser tratadas mantendo a fertilidade. A traquelectomia remove o colo do útero e a parte superior da vagina, mantendo o corpo do útero. Os gânglios linfáticos também são removidos.
- Exenteração pélvica: remoção do útero, vagina, parte distal do intestino grosso além de reto ou bexiga.
Quimioterapia
A quimioterapia utiliza-se de medicamentos administrados por via oral ou diretamente na veia, com o objetivo de matar ou inibir o crescimento das células tumorais. Estas drogas atingem a corrente sanguínea e se distribuem pelo organismo, eliminando as células cancerosas que se disseminaram para fora da cérvice. A quimioterapia pode ser administrada junto com a radioterapia para potencializar os efeitos do tratamento. Pode ser também indicada nos casos de recidiva da doença ou de disseminação do câncer.
Radioterapia
A radioterapia utiliza-se de radiações ionizantes para matar matar ou inibir o crescimento das células tumorais. Esta radiação pode vir de um aparelho (fonte externa), ou uma fonte interna (braquiterapia). Neste último caso os materiais radioativos são colocados diretamente no colo do útero da paciente.
Terapia Alvo
Terapia alvo direcionada a moléculas específicas envolvidas no crescimento e progressão do câncer de colo do útero. Para crescer e disseminar, as células cancerosas necessitam criar vasos sanguíneos novos em um processo chamado angiogênese. Estes medicamentos alvo atuam bloqueando o novo crescimento destes vasos sanguíneos, impedindo a chegada de nutrientes ao tumor.
Paliativo
Cuidados paliativos consistem em ações com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e controle da dor e alívio de outros sintomas de natureza física, social, psicológica e espiritual.
Se o câncer continua crescendo, é possível que outro tipo de tratamento seja planejado para seu caso. Entretanto, se vários tipos de tratamentos foram realizados e não houve o resultado esperado, é possível que o tumor tenha se tornado resistente. Nesse sentido, uma parte importante do tratamento é aliviar ou minimizar o desconforto dos sintomas relacionados à doença. Os cuidados paliativos focam na qualidade de vida, para que o paciente possa viver o mais confortavelmente possível nas últimas fases de uma doença incurável. O objetivo não é curar, e sim promover a qualidade de vida e bem estar do paciente.
Referências
- http://www.cancer.net/cancer-types/cervical-cancer/treatment-options
- http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/colo-do-utero/11/
- http://www.oncoguia.org.br/conteudo/terapia-alvo-para-cancer-de-colo-do-utero/6720/285/
- http://www.cancer.org/cancer/cervicalcancer/detailedguide/cervical-cancer-after-no-longer-working
Tratamento Por Estágio
Se você foi diagnosticada com câncer de colo de útero, sua equipe de tratamento discutirá suas opções de tratamento. É importante que você pense cuidadosamente sobre cada uma das suas escolhas e pese os benefícios de cada opção de tratamento contra os possíveis riscos e efeitos colaterais.
Estágio 0 (Carcinoma In Situ):
Carcinoma espinocelular in situ: cirurgia a laser, criocirurgia, cirurgia a laço com excisão e conização a frio.
Adenocarcinoma in situ: histerectomia (geralmente recomendada), biópsia em cone (mulheres que desejem engravidar). É importante ressaltar que o fragmento retirado do cone não deve conter células do tumor nas bordas.
A histerectomia pode ser também realizada para carcinoma de células escamosas in situ, e caso o câncer de colo do útero retorne após outros tratamentos. Todos os casos de carcinoma in situ podem ser curados com tratamento adequado. Entretanto, como lesões pre-cancerosas podem voltar no colo ou vagina, é de extrema importância continuar o acompanhamento médico.
Estágio 1A1:
O tratamento depende se a mulher quer ter filhos, e se o câncer de colo do útero conseguiu invadir o sistema linfático e vasos sanguíneos. Caso deseje manter a fertilidade pode-se proceder inicialmente à biópsia em cone. Caso as margens do cone não contenham tumor, deve-se acompanhar a paciente. Caso contrário, se houver tumor nas margens, pode-se proceder à histerectomia. Caso a paciente não queira ter filhos pode-se proceder à histerectomia.
Estágio 1A2:
Neste estágio, há diversas alternativas de tratamento: histerectomia radical com remoção dos linfonodos da pelve; somente radioterapia para pacientes que não podem realizar cirurgia; traquelectomia radical com remoção dos linfonodos da pelve se a paciente desejar ter filhos no futuro.
Estágios IB e IIA:
Nestes estágios, o tamanho do tumor é fundamental para direcionar o tratamento adequado.
Lesões menores que 4 cm nos estágios IB1 ou IIA: histerectomia radical, traquelectomia radical (para pacientes que desejam ter filhos), histerectomia radical com retirada dos linfonodos pélvicos (casos específicos), radioterapia e braquiterapia (pacientes que tenham alguma contra-indicação para realizar cirurgia). Após cirurgia, algumas situações podem requerer radioterapia associada ou não à quimioterapia, como disseminação do tumor para ovário e nódulos linfáticos.
Lesões maiores que 4 cm nos estágios IB2 ou IIA: quimiorradioterapia concomitante, e radioterapia exclusiva quando houver alguma contra-indicação ao uso de quimioterapia.
Estágios IIB, IIIA, IIIB e IVA:
Nestes estágios a quimiorradioterapia concomitante será feita da mesma forma que para o estádio IB2. Pode-se realizar procedimentos paliativos para o estágio IVA, como derivações intestinais ou urinárias.
Estágio IVB:
Neste estágio o câncer de colo do útero é considerado incurável. Os tratamentos são controversos, e quimioterapia, radioterapia e cirurgia são consideradas paliativas e indicadas de acordo com cada caso.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a indicação de um anticorpo monoclonal (bevacizumabe) para o tratamento de casos específicos de câncer de colo do útero avançado. Foi demonstrado que a manutenção de bevacizumab associado à quimioterapia oferece benefícios no aumento da sobrevida de pacientes com câncer de colo do útero persistente, recorrente ou disseminado (com metástases).
- http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero/tratamento1
- http://www.oncoguia.org.br/conteudo/opcoes-de-tratamento-para-cancer-de-colo-do-utero-por-estagio/6723/285/
- http://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMoa1309748